CERTA ÁRVORE
CERTA ÁRVORE
Certa árvore na encosta para mim é especial,
porque quando a visito, na tarde que finda-se no ocaso,
logo que sento-me e nela me recosto
fecho os olhos, envoltos pela sensação de sonolência,
e sinto que uma impressão de paz toma-me o espírito,
quando me transporto para além da vida física.
Certa árvore, que me habituei a visitá-la,
porque algo profundamente espiritual existe nela;
como se ali fosse o recanto campestre escolhido
para repouso momentâneo de almas servidoras,
que estivessem passando para execução de tarefas
abnegadas, quais simples atos de auxílios espirituais.
Certa árvore, cuja imponência para mim, apesar
de sua nobreza vegetal, não se concentra apenas
no seu tamanho, mas também na boa energia espiritual
que dela emana, sendo que, se alguém sensível
tocá-la de leve, sentindo-lhe a aspereza da casca
envelhecida pelo tempo de vida secular,
irá nutrir-se de revigorantes fluidos vegetais.
Certa árvore, que sempre a visito como refúgio
para reflexões espirituais; posto que, tenho o hábito
de retirar dela, a seiva fluídica que alimenta
os meus poemas; as gotas orvalhadas que irrigam
as minhas inspirações; o lento, porém, contínuo
crescer da árvore que, no ápice do seu evoluir,
como a alma pura, exerce o servir espontâneo
semeando o amor e o bem em seu eterno existir.
Escritor Adilson Fontoura