HUMILDE CASA, ALMA HUMILDE
HUMILDE CASA, ALMA HUMILDE
Chegas, anjo,
como de hábito, na humilde
casa, e consolas teu irmão
que passa por árdua prova...
Chegas, bem sereno,
e trazes tua energia virtuosa,
que irradias
na simples casa e na alma
humilde, cuja prova
da enfermidade
lhe renova espiritualmente.
Chegas, serafim,
a pedido de Jesus,
para servir em boa causa,
e preparas o ambiente
doméstico ao instante sacro
da desencarnação;
a casa é modesta, e a alma
prestes a desencarnar
é também modesta; a vida
carnal já está quase extinta,
e o períspirito
quase todo desligado.
Quase nenhum parente
presente, se importa com a vida
carnal enferma desenganada;
muitos entes queridos
lhes irradia boas energias
em prol do tranquilo desenlace;
vê-se o contraste irrelevante
da pobreza material,
com a relevância da riqueza
espiritual no recinto doméstico;
vê-se derramar do teto espiritual,
centelhas de luzes estreladas.
A dor da prova,
transforma-se em alívio à alma
desmaterializada;
que vê à sua frente, abrir-se
tão luminoso, o portal
da espiritualidade; e o bondoso
serafim acolhe-na nos braços;
e os entes queridos abraçam-na,
emocionados; e ela, contente,
lhe sorriem, já desencarnada;
e a humilde casa,
envolta numa fragrância suave,
exalada das boas almas fraternas,
serviu de morada
temporária a uma alma boa,
que agora voa, qual pássaro livre,
amparada pelo anjo
e pelos entes queridos,
que a conduzem para viver bem
feliz, em alguma colônia
espiritual, onde a paz, o bem,
o amor prevalecem de modo
inalterável nas consciências
que habitam-na,
moralmente superiores.
Escritor Adilson Fontoura