Ecos de pecados remotos
Ecos de pecados remotos
Parte um - Na prisão da alma
As manhãs parecem simples repetições
Vão se passando sem tons ou nuances
Sempre o velho cinza espesso e denso
Novidades seriam simples relances
Reflexos distorcidos e disformes
Parecem refletir o vazio
Brilhos revelam presenças
Nem duro ou macio
Seriam paredes de vidro
Vibrando meras distorções
Ecoando espasmos perdidos
Em vagas ilusões?
Sarcasmos se perdem no vazio
Olhares reprovadores dedos ristes
Velhos sussurros latejam inertes
Olhos vazios retornam tristes
Pecados latejam e eclodem
Vão e vem velozmente
Lobos famintos por sangue
Retalham e engolem ferozmente
As horas passam lentamente
Se arrastam e se emparelham
O ar cada vez mais rarefeito
Como paredes que se fecham
Chega a noite calma e fria
Longa e sempre inútil
Sombras velozes reverberam
Num movimento fútil
Acusadores e carrascos
Sombras de tempos remotos
Grudados no lodo da alma
Emaranhado de sons e rostos
Ecoam cada vez mais forte
Reverberam e vociferam
Gritar de volta é instinto
Pecados que se proliferam
Jaula de vidro
Eterno réu
Acima das nuvens
Longe do céu
Parte dois - Sons de Libertação
Finalmente um novo amanhecer
Novo a cada dia
Com cores explosivas
Renovando a vida
A cruz reflete o amor
Cheio da Presença
Brilha um novo tempo
Sem dor ou sentença
Um mundo a reconhecer
Vibrações a desfrutar
Encontros marcados no tempo
Desilusões a erradicar
Nova linguagem a aprender
Olhos puros a contemplar
Vozes antigas a ignorar
Alegria só por respirar
Pecados finalmente vencidos
Sã sabedoria a se guardar
Lobos que apenas rodeiam
Não mais podem atacar
O tempo agora remido
Caminhos a percorrer
Movido pelo vento do Espírito
Sal e luz a oferecer
A noite chega calma e morna
Contas e balanços a registrar
Bons e maus momentos circulam
Até o sono tranquilo abraçar
Liberdade e cura de mãos dadas
Iluminam espaços vazios
Lavam e purificam lembranças
Espinhos se tornam em caules macios
Os ecos agora são lembranças
Claras e bem resolvidas
Falam de paz e concerto
Pecados e faltas remidas
O vidro de quebrou
Pela voz de Jesus
Nuvens se abrem
Contemplo a Cruz