NAQUELE DIA
Sombras jamais,
Aquilo era sobra de luz;
Sobre a pedra da pia
Panos coando a fé,
Alguma chuva pela fresta da janela.
Os outros parentes
De carro chegando.
Fulano de Fulana,
Beltrano de Beltrana...
A matrona jazia,
Descansou, diziam;
Os terços calejados
Sopravam pedidos de perdão.
Deixou no guarda roupa
Uma bolsa couro
Branca de trinco dourado;
Sapato de festa...
Corrije-se um menino,
Sicraninho de Sicrana,
Aquele mais se parece,
O espaço enchia-se
De solenes murmúrios
E rebeldes silêncios.