MÃE DIVINA

Ó amada, procurei-lhe

Em todos os deuses

Em todos os templos

Nos prazeres fulgazes

Nos vícios adquiridos

Percorri muitos caminhos

Sempre a tua procura

Poucos foram os momentos

De tua aparição

Efêmera, inconstante

Fugia sempre

Ao menor olhar

Continuei a buscar

Voltava desconsolada

Refugiava no altar

Sangrava os pés

No círculo peregrino

Então resolvi parar

Decidi não procurar

Pois não havia lugar

Que não houvesse estado

Apenas lá, no ponto central

Do sempre buscado

Então pude me voltar

Velada, compenetrada

Interiorizada no altar

E na chama divina

Do meu próprio Despertar

Me liguei a você

Para nunca mais me afastar.