A CRUZ E O PALCO
Nem sou religioso
Há anos
Mas o ato glorioso
De atuar
Transpassa nossos planos.
Ao tansbordar seu pleno amor
Jesus, Vivo ele está e nos renasce
Derramando seu sangue sobre o desamor
Dispondo ao cruel tapa sua face
Aprendemos a atuar por rebeldia
Vivemos num mundo há tempo insano
Atuar sem aprendizado eu até podia
Mas o melhor aprendizado é ser humano
Pra alguns o teatro é até profano
Para mim é como uma abadia
O problema não é do ateu ou puritano
Mas da verdade do cerne da energia
Que talvez tenha nascido de Maria!
Na chegada do anjo da anunciação
Ela carrega no ventre a utopia
Torna-se realidade de Cristo a redenção
Então torna-se realidade todo nosso ato
Da representação mais fiel de Jesus
Desde a espinha dorsal do teatro
À coroa de espinhos e pregos e cruz
As vezes a tragédia um coração parte
Depende da forma que se conduz
Jesus afaga sem cessar o combate
Pois jamais bate, mas mostra a luz
Pois se a arte é a forma e a beleza
De um mundo projetado por um visionário
Então me entrego com toda certeza
Como Cristo em direção ao calvário.