Deus (es) Nosso (s) de Cada Dia
A última coisa que me lembro ter feito foi a primeira:
Ajoelhar-me a pedir-lhe, Deus, Sol ou não;
Ajoelhar-me a pedir-lhes - deuses - ao tanto que podem ser Santos, mostrem -me a mim.
Façam amanhecer pelo menos um hoje para todos, digam-me onde estou e por que só posso amar.
Por que não odiar ?
Por que desconheço tal sentimento
e o choro vem como cascata que congela-se, para às margens daquele pensamento que flagelado descarna-se?
Minhas tolices são mostradas em versos já cansados por seus começos, meios e fins... Sem nexo.
O que me leva a perguntar:
Por quê?
Digam-me onde o mundo material termina e a redoma empaca o corpo, digam-me onde esconderam ou camuflaram os sorrisos do palhaço
Que, bobo, dá cambalhotas nos solares das famílias nobres.
Cá estou no meio dos súditos a esperar suas respostas.
Onde me limitaram a voz?
Se eu estiver triste, nao deixem que os irmãos se aproximem de mim,
Se eu morrer, que ninguém abrace tristezas ou minha morte, pois deixo o suporte bonito virar cinzas a dar vida às suas criaturas do ar, do mar, das florestas e montanhas rochosas
Estou aqui.
Olhem pra mim.
Talvez me transformem em algo de tamanha estranheza que até meus irmãos rejeitem
Ou já me transformaram.
Estranho minhas risadas e risos
Mostrem-se aos filhos, são onipotentes, onipresentes...
Se sou amor, se vivo amor, se sonho amor; não haverão de julgar minha suposta irreverência incauta, posto que me deram motivos para estes questionamentos quando posso voar.