ABRO OS OLHOS

abro os olhos

e o que vejo

não é a escuridão

da vida carnal,

mas o clarão

da vida espiritual,

onde a morte

não planta

a semente

da ilusão do não

existir, após

o funéreo

sepulcro terreal.

abro-os e sinto

a expansão

do olhar

perispiritual,

e a leveza

do seu alcance

por entre

túneis astrais.

não mais sinto

o peso

do cárcere carnal,

nem as agruras

resultantes

dos vícios infernais.

ando flutuando

num chão

de nuvem da cor

do algodoal.

voo por cima

das frondes e quando

pouso nelas,

me encontro com

almas fraternas.

e é como se nunca

tivesse

me separado delas.

como se a vida

em companhia

delas, fosse

interrompida

só por alguns

instantes do nosso

eterno existir.

é assim que vejo

o meu desenlace.

é assim

que exercito o meu

ensaio de morte.

é assim

que sinto o meu

estar como

espírito desencarnado.

é assim que

vivencio em sonhos,

o meu bem-estar

existencial

em alguma morada

eterna, desejo

inequívoco

de todos nós.

Escritor Adilson Fontoura

e-mail: aafontoura@hotmail.com.br

Adilson Fontoura
Enviado por Adilson Fontoura em 14/01/2017
Código do texto: T5881786
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