NOITES SILENCIOSAS
Às vezes,
no fundo do quintal
em noites silenciosas,
costumo ver,
sobre as frondes,
alguns vultos espirituais
que não só me sorriem,
mas inspiram-me para compor
versos astrais; e eu me sinto bem,
compondo no transe mediúnico
na companhia de almas dadivosas.
O vento fresco da noite
balança os galhos
das árvores escurecidas,
enquanto as almas amigas
levitam com seus corpos celestiais.
Nesses momentos
de desdobramento espiritual
minha alma passeia
por entre as cercanias anoitecidas,
sentindo a leveza da vida
desencarnada,
sem a angústia eventual dos vazios
sentimentais.
Minha alma aprende,
com os bons espíritos,
a nutrir-se dos bons sentimentos.
Por isso, me deleito, como médium,
em servir aos bons propósitos
evolutivos. Me espiritualizo
no exercício da arte literária,
pela absorção mediúnica
dos bons pensamentos.
Enquanto me cercam poetas
e escritores desencarnados,
inspirando-me para escrever textos
sensitivos. Sempre vejo nessas noites
silenciosas, a beleza eterna
da harmonia celestial.
E, com frequência, ocorre-me voar
pelos espaços noturnos astrais,
na companhia agradável de espíritos
literatos. São eles que me inspiram,
muitas vezes, a compor sugestivos textos
como este, que agora concluo,
sentindo na consciência artística,
os abraços fraternos dos irmãos espirituais
que me esperam, em algum porvir,
na eternidade.
Escritor Adilson Fontoura