SALUTARES RAÍZES

Que o vento, adentrando agora pela janela

do meu quarto na plena manhã nublada,

não traga o cheiro fúnebre de quem vela

algum corpo, cuja alma está desencarnada.

Mas caso traga, que eu acolha o seu lamento,

por estar, sem querer, do outro lado da vida;

a sentir, após a morte, o incômodo tormento

de penar umbralino, fruto da vida desvalida.

Traz, vento, as boas energias sentimentais,

tão capazes de restaurar as ações infelizes;

de ser um alívio às dores psíquicas infernais;

de replantar na consciência salutares raízes.

Traz a fé esperançosa do amor que edifica,

acolhendo a alma em sua plena eternidade;

traz essa inspiração poética de pureza lírica,

que o tempo preserva em sua sublimidade.

Escritor Adilson Fontoura

Adilson Fontoura
Enviado por Adilson Fontoura em 04/12/2016
Código do texto: T5842986
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