Toda imperfeição do mundo.
Somos humanos
Fazemos planos que não dão certo
desejamos ter por perto
Quem já não nos quer
Queremos coisas impossíveis
E temos sentimentos mundanos
Isso é perfeitamente normal
Ainda não alcançamos a Divindade
Aceitamos ver crianças
Vivendo sem dignidade
E gostamos de pessoas desprezíveis
Não temos como saber
Mas a cada vez que cometemos erros
Que não sabíamos ser errado
Aprendemos algo novo
Cada vez que alguém nos nega um sorriso
Evita nosso abraço
ou se recusam a apertar a nossa mão
Sem motivo justo
Deus nos sorri, nos cumprimenta
e nos abraça
Se a coisa que você faz hoje
e amanhã houver de ser retribuída
Com ingratidão
Não faz mal; faça
Se amanhã lhe virarem as costas
agradeça
Agradeça a Deus
Por poder viver distante delas
Mas não precisa odiá-las
Elas já odeiam você
E querem, desejam muito
Que você se torne um ser desprezível
Igual a elas
Pois elas sabem
que ainda não podem te alcançar
Tenha piedade daqueles
Que compensam o fato de serem
Pessoa vazias
Ostentando coisas visíveis e brilhantes
Os olhos delas
Ainda não conseguem
Enxergar o brilho do invisível
O valor da paz
a alegria de compartilhar
E a companhia que nos faz a solidão
Não peça a ninguém
que interceda por você
Interceda você por elas
Esteja um passo adiante
Não para vê-las tropeçar
Mas para impedir que tropecem
Pois agindo assim
Mesmo que não seja este teu desejo
Um dia estará tão distante
Física e espiritualmente
Que elas vão tropeçar
cair e se machucar
e se lembrarão de você
Um dia o brilho efêmero
das coisas que elas ostentavam
há de se tornar muito fosco
E elas desejarão ter você por perto
Pra descobrir com você
Como viver sem aquilo
E como adquirir o brilho
das coisas invisíveis
Que elas não enxergavam
Mas nesse dia
Você não poderá ser encontrado
Edson Ricardo Paiva