I CLAMOR

Perdoa, Senhor, a minha ingratidão,

A minha falta de amor, o meu atavismo;

A minha falta de justiça, minha falsa razão,

Minha lógica ilógica, meu engendrado ceticismo.

Perdoa, Senhor, a minha falta de compaixão,

A minha falta de fé, o meu egoísmo;

A minha alma insubmissa, minha desatenção,

Meu juízo sem siso, meu violento paganismo.

Perdoa, Senhor da minha salvação,

A minha falta de senso, meu olhar de estrabismo;

A minha mente inculta, minha gula de pão,

Meu viver absorto no meu comunismo.

Perdoa, Oh Deus Pai e Senhor,

por Eu entoar este clamor!