TOMA...
Toma...tudo o que encontrei foram versos dizimados,
o teu nome na beira do papel incendiado,
reconheci tua letra, selvagem e aflita,
reconheci teu perfume em palavras
de forma tão amorosa bem ditas...
O que escreveste são bem as marcas de tuas mãos,
teu corpo enrolado em versos como fosses tu um papiro,
parecias, em teu poema, dona de um doido coração
a amar quem por perto passasse, ouvisse teu suspiro...
Toma... esta colmeia celeste é tua,
encontrei rastro de estrelas em tuas palavras,
vi, deslumbrado, as fibras de tua alma nua:
eis-me aqui, quedo, a aspirar o fogo que não se apaga...