Crianças, sendo geradas.
Umas abortadas por ironia
Outras pelas fantasias que estão nas mentes da sociedade.
Crianças, vindo ao mundo.
Jogadas estão nas ruas
Sem lar e com fome,
Cola, vermes , elas consomem.
Crianças violentadas.
Pais que fazem dinheiro
Vemdendo seus filhos.
E, esquecendo-se do Amor Verdadeiro.
Crianças,estupradas, 
Encontradas em nossas matas,
Em nossas casas,
Por homens que desejam sem receio. 
Sem vida,
Trabalham sem poder usufruir de seu suor.
Crianças, sem amor,
Sem fé, sem educação.
Trocando os cadernos por uma arma em sua mãos.
Crianças, com frio.
Um vazio incoerente
De pais e filhos,
Sem diálogo.
E a dor, vem sem demagogias.
Enfrenta a realidade
E faz Justiça às ironias.
Crianças, num espaço,
Sem lar.
Sem ao menos um abraço
Crianças, crianças morrendo.
Crianças fazendo outras crianças.
E nas ruas mais dores,
Mais desilusões,
Mais crianças pedindo socorro e proteção.

Manuscrita: do livro Em Busca de Deus - 1987.
São Paulo, 23 de Agosto de 1987.
Hoje relendo parece atual para 2016.
In memoriam  as crianças que partem cedo.
São Paulo, 15 de Julho de 2016.

 
Teka Mendes Castro
Enviado por Teka Mendes Castro em 15/07/2016
Código do texto: T5698570
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