O tempo.
- Tarcisio Bruno –
 
Às vezes o tempo passa.
E com ele tanto se aprende.
Vencendo a dor que mata.
Entendendo que a vida segue em frente.
 
Às vezes o tempo voa.
E finda desejos alados.
Fazendo restar à toa.
Alguns sonhos inacabados.
 
Às vezes o tempo faz reminiscência.
Algumas recordações revividas.
Ensinando em cátedra resiliência.
No mais forte aprendizado de vida.
 
Às vezes o tempo inesperadamente para.
Em instantes que não são efêmeros.
No gáudio que é beijo e palavra.
Na palavra que une gêneros.
 
Às vezes o tempo não é tempo.
E não traz solução de continuidade.
Não conseguindo apagar algum lamento.
Do lamento que insiste em ser verdade.
 
Às vezes o tempo é bem mais.
Muito mais que esponja de dor.
Avocando o que compraz.
No desiderato que traz o amor.
 
Às vezes o tempo de forma doce ensina.
Que a vida possui ciclos para entender.
Que a lágrima pode ser rima.
Na arte em poesia que é viver.
 
Às vezes o tempo é só uma palavra.
Um substantivo em Dádiva que insiste em ser teu.
Se renovando em cada manhã dada.
Verdadeiro presente de Deus.