FÉ ONDE ANDAS?

Eu queria muito ter a força

Espiritual dos muçulmanos

Para implodir essa descrença

Descobrir paz em algum plano

Eu queria poder falar com Cristo

Nos momentos em que me dano

Abjurar o mal, fazer penitências

Flagelar o meu corpo profano

Eu queria ter toda a certeza

Que o crente na igreja proclama

Extasiar-me, cantar em louvor

Refrear o mal da mente insana

Sentir a divindade de Krishna

Jejuar, implorar que me ouça

Vislumbrar a face da minha fé

Num espelho d’agua que balouça

Eu queria ouvir a voz de Buda

Imerso no silencio da meditação

Aguentar privações e achar de vez

O mistério que aflige meu coração

Eu queria ter um guia espiritual

E que nele, em tudo acreditasse

Sem precisar da pena ou do medo

Para que sua fé, a minha ampliasse

Que a pregação tivesse autenticidade

Que ainda busco e isto já me bastasse

Para encontrar todo o sentido da vida

Sem que sua fé a lucidez me cegasse

Quem sabe não acho o que procuro

Ainda que o templo não tenha porta

Quebrar a parede da descrença e ver

Que minha alma crê, porém está morta!

Celio Govedice
Enviado por Celio Govedice em 15/05/2016
Código do texto: T5636500
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