QUANDO TUDO PARECE PERDIDO
A vela se extingue enquanto a chama agoniza em silêncio,
em silenciosos "flashbacks" viajo nas minhas lembranças,
vejo agora em devaneios a forma superficial como vivi.
Reclamava de uma pequena dor quando esta me afligia
e nem sequer pensava em quem padece nos hospitais sem cura.
Quando os calçados me atormentavam com incômodo os pés
em nenhum momento eu pensava nas crianças descalças.
Quando o frio chegava, eu insatisfeito maldizia o cobertor,
sequer me importava nos que sucumbem nas marquises sem agasalho.
Alimentava-me e bebia de maneira desregrada e insana,
enquanto muitos buscam apenas um pedaço de pão.
Preocupava-me apenas em amealhar bens materiais e riquezas,
sem pensar em quem não tem sequer um teto como abrigo.
Agora diante deste abismo intransponível,
repenso a minha vida toda em poucos minutos,
e arrependido e penitente apenas me ponho em prece
pedindo, anjo que não sou, que Ele me dê asas para voar.
* Esta poesia está no livro "Mania de Escrever" a ser lançado brevemente com poesias diversas. Visite o blog http://manniadeescrever.zip.net com poesias do referido livro.