Seis da tarde

Bateram os sinos na hora

da Ave-Maria e os meus

dentes rangeram porque os

tempos são de morte e não

porque nalgum canto obscuro

da minha alma eu me tenha

ressentido, não, esse perigo

não existe mais, mas às seis

da tarde, os tempos são de

morte; minha cabeça dói.

Só esses loucos é que sabem...

Bateram os sinos naquela

hora dos culpados e dos

que culpam e a minha voz

era rouca, a lágrima caía,

meus olhos, inundando os

mares do meu rosto; sem que

eu pudesse dizer nem ao

menos: deixe-me, deixe-me.

Em si, fora da morte, sangue,

carne; minha cabeça dói.

Só esses loucos é que sabem...

Bateram os sinos no fim

daquela tarde e o sol

purgava os sons da tristeza,

que vinham ao encontro da

nossa santidade ou do

que de diabólico temos.

Não faz diferença, por mim,

por ti, por todos nós e almas

do purgatório, clamam, enfim,

assim; minha cabeça dói.

Só esses loucos é que sabem...

Mauricio Duarte (Divyam Anuragi)
Enviado por Mauricio Duarte (Divyam Anuragi) em 15/04/2016
Código do texto: T5605917
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