BORBOLETA NO MANGUEIRÃO

Ah!

Dulcíssima borboleta

abra o fole de tuas asas negro vermelhas

nelas

cada firme veio seco suspende nos ares

meus etéreos

eternos ais.

(...)

Seriam patas esses longos cílios

ou aéreo pêndulo apenas fino?

(...)

Voe sobre o jardim cercado

voe sobre esse mangueirão

esse amplo átrio de barro que se abre largo

para porcos e homens em sua dura redenção.

-

Teu pouso inesperado

sobre este árido casulo

torna irmão toda criatura.

(...)

Ah!

Sereníssima e leve

borboleta

arma teu fole vivo

de cor ressurreta.

Eu não respiro

em agonia indeciso,

antes espero...

...na hora morta

no ruflar de tuas asas

o compasso que nos eleve.

************

Antonio Baltazar Gonçalves

Baltazar Gonçalves
Enviado por Baltazar Gonçalves em 03/03/2016
Reeditado em 13/06/2017
Código do texto: T5562449
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2016. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.