Tanto Amor E Eu Continuo A Odiar

Tanto amor e eu continuo a odiar.

Mas sabes que tudo aquilo que eu odeio

Merece ser odiado.

Porquê?

Não sei. É algo que se sente.

Nada me assusta quando odeio,

Por isso não penso duas vezes quando sinto a tensão.

Não recuo quando o sangue flui mais depressa,

Ou quando o mundo me olha de volta.

Olhos vidrados,

Cuspindo fogo, reflectindo o que em mim há.

Tudo, tudo, tudo, mas tudo, tudo,

Tudo isto é honesto e real,

E eu quero que compreendas isso.

O que será isto?

O fim.

O apocalipse.

O meu apocalipse.

A minha manifestação, o meu grito, o meu rebentamento.

Dados. Perfil. Identidade. Eu.

Tudo diz ódio.

Claustrofóbico,

A raiva presa na pele.

Este desenvolvimento de amor, receio,

Por isso, fujo, para onde o ódio me abraça.

O teu coração...

Sérgio Peixoto
Enviado por Sérgio Peixoto em 28/12/2015
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