À luz de velas
O monge escreve...
O monge e seus escritos.
Teólogo, o homem sabe,
como uma águia, todos
os meandros do céu em
passagens que seriam mel
para muitos, mas não são
nem perto disso, verdade.
O monge escreve...
À luz de velas, com uma
pena no papiro, o
religioso perscruta
as letras, divinas e
espectrais, sombriamente,
ao mesmo tempo, já que
guardam a contrariedade.
O monge escreve...
A vida passa, a vida
passou e o monge não
esmoreceu em sua luta.
Como um leão, o homem
guarda as fêmeas dos
outros leões, inimigos
e são inúmeros, sim.
O monge escreve...
O devoto tem uma certa
qualidade: recepção;
que lhe é própria, assim,
o pregador é ativo
e possui a sua força,
enquanto que o devoto
é receptor e comunga.
O monge escreve...
Sua perspicácia é vasta
e permite que obtenha
tanto a inocência
da ovelha quanto a
esperteza da serpente,
trazendo luz onde era
trevas para reinar Jesus.
O monge escreve...