O Sonho
Nem sei o que quero escrever, apenas quero escrever. Talvez as palavras amenizem meu pesar físico, mental e espiritual causado pelos meus excessos, meus desequilíbrios, acentuando o caos do meu mundo subjetivo.
Em meu exterior, quem vê nem repara. Quem olha vê um sorriso solto de uma alma que anseia por curar a dor do seu próximo, porém tolice, pois não encontrou o antídoto nem para curar as mazelas da própria alma.
De repente, um sopro:
"- Observa-te alma! Conhece-te! És tola se pensas ser real tudo o que sentes, pois tua vida não é mais que um sonho, em que flues da plenitude da felicidade para as profundezas do abismo da tua melancolia. Um sonho em que muitos momentos te sobra Amor no peito e em outros não experimenta nada além da frivolidade dos teus pensamentos ilusórios. Tua vida, tua perspectiva dela, não passa mesmo de um sonho, uma prisao, na qual tu sonhas dentro do sonho e vives há vidas nos sonhos do 'eu'. O sonho de um Oceano que pensa ser gota. O sonho de Deus que acredita estar distante de Deus. Paradoxal! O sonho de um louco que acredita ser lúcido. O sonho de um lúcido que acredita ser louco. Não te preocupes, alma chorona, logo despertas deste sono, a gota sempre foi o Oceano, logo o poeta é Deus..."
E o sopro se vai.