O Exilado
O Exilado
Pés descalços e pedras que furam,
Onde está o Éden que não o vejo?
O ar está cheio de desamor, há dor.
Pelas ruas vou seguindo o dissabor.
A visão em que tudo desmoronaria,
Repudia – No meio desses estranhos.
A verdade é que sempre Te pertenci,
E de bom grado ao eterno me doei.
Abri a porta e quis ver o outro lado,
Não sei como suportei, mas não gritei!
Tudo o que eu queria era entender...
Mas ainda não sei como é ser livre.
O meu inimigo é um camaleão nato,
Está me olhando, está por todo lado.
E ainda que meus passos sejam curvos,
Com olhos turvos sempre volto para Ti.
Eles são nós formando novos nós.
E o destino os está partindo brutalmente.
Fecham os olhos sem ter qualquer perdão.
Mas eu irei encontrar um lugar de paz,
E não precisarei de chão sob meus pés.
Ainda que aqui pareça uma eternidade,
Outra Eternidade não está muito distante.
E ainda que por hora eu esteja sangrando,
Estou segurando o coração para estar seguro.
Victor Cartier