Amor

Ansiedade.

As mãos tremem, descontrolado.

Recordando a vida que tive,

Anseio pela morte que terei.

Tudo isto é mentira.

Eu procuro uma razão,

Procuro e procuro.

Morrerei,

Sem ter encontrado uma resposta.

(A vida é dor).

As minhas mãos tremem,

Todo o meu corpo treme.

Freneticamente,

Morro.

Embato espiritualmente.

Espiritualmente desrespeito-me,

Eu odeio-me a mim mesmo.

Que se foda tudo,

Que seja ódio o que sinto.

Esse mesmo ódio

É uma luz nesta escuridão.

Tudo me empurra.

Talvez seja ela, angústia

Angústia que me faz odiar.

Mas enquanto me odeio,

Não penso em morrer.

Eu quero que a raiva seja minha

E ser o único a odiar.

Talvez isto esteja a dar cabo de mim.

Eu odeio-te!

Aqui termina o silêncio!

Eu, o teu novo Deus,

Um Deus impuro mas humano,

Anuncio a minha carne

Perante o teu osso.

Chegou um novo monstro

E o ódio reinará.

Um nova era se aproxima,

Escuridão.

Escuridão que descolorirá a alma,

A alma que tanto luta por oxigénio.

Amor, bem-vindo!

Embora seja um amor desconhecido.

Um amor que mata,

Mata tudo o que tentar sentir-lo.

Amor que pune quem procura ser feliz,

Quem procura uma razão.

Todos vós,

Morrereis sem resposta,

Apenas restará os vossos ossos

E os vossos nomes,

Outrora pronunciados.

Eu fui morto por um amor,

Um amor inexistente.

Fez-me ser quem realmente sou.

Fez-me odiar, matar,

Morrer.

Sérgio Peixoto
Enviado por Sérgio Peixoto em 23/10/2015
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