Amor
Ansiedade.
As mãos tremem, descontrolado.
Recordando a vida que tive,
Anseio pela morte que terei.
Tudo isto é mentira.
Eu procuro uma razão,
Procuro e procuro.
Morrerei,
Sem ter encontrado uma resposta.
(A vida é dor).
As minhas mãos tremem,
Todo o meu corpo treme.
Freneticamente,
Morro.
Embato espiritualmente.
Espiritualmente desrespeito-me,
Eu odeio-me a mim mesmo.
Que se foda tudo,
Que seja ódio o que sinto.
Esse mesmo ódio
É uma luz nesta escuridão.
Tudo me empurra.
Talvez seja ela, angústia
Angústia que me faz odiar.
Mas enquanto me odeio,
Não penso em morrer.
Eu quero que a raiva seja minha
E ser o único a odiar.
Talvez isto esteja a dar cabo de mim.
Eu odeio-te!
Aqui termina o silêncio!
Eu, o teu novo Deus,
Um Deus impuro mas humano,
Anuncio a minha carne
Perante o teu osso.
Chegou um novo monstro
E o ódio reinará.
Um nova era se aproxima,
Escuridão.
Escuridão que descolorirá a alma,
A alma que tanto luta por oxigénio.
Amor, bem-vindo!
Embora seja um amor desconhecido.
Um amor que mata,
Mata tudo o que tentar sentir-lo.
Amor que pune quem procura ser feliz,
Quem procura uma razão.
Todos vós,
Morrereis sem resposta,
Apenas restará os vossos ossos
E os vossos nomes,
Outrora pronunciados.
Eu fui morto por um amor,
Um amor inexistente.
Fez-me ser quem realmente sou.
Fez-me odiar, matar,
Morrer.