Sonolentas preces
Sussurrava sonolentas preces
Tinha nos joelhos incuráveis cortes
Dos estilhaços da própria crença
Sangrava o beijo amargo à própria morte
Tinha nos olhos uma íris opaca
Que mirava o pedestal da infâmia
Os dedos deslizavam lentos
Pelo rosário que herdara na infância
Nas mãos a amálgama dos versículos
A obscura forma do desespero
"Livrai-nos do mal amém"
O reflexo do escarro alheio