JAZIGO QUE A MIM ESPERAS
Jazigo que a mim esperas,
Oh morada derradeira,
Sinto o fim das primaveras,
Desta vida passageira.
Que em paz descanse este corpo
Que a terra há de consumir
Voltando a ser o que eu era
Antes mesmo de existir.
Que minha alma encontre a paz,
No caminho e na chegada,
De volta a sua origem
Onde hoje é esperada.
E o corpo físico que agora,
Animado mostra vida
Só restará a memória
E logo será esquecida.
Abrigo dos sempre só,
Jazigo da solidão
Aprisionarás meu corpo
Mas tudo isso é em vão
Jazigo que a mim esperas
És justiça infalível
Abrigas o miserável
E o suposto indestrutível
Se, vou agora, ou não
Cumprir a minha sentença,
Cumprirei da mesma forma
Pra mim não faz diferença
Jazigo que a mim esperas,
Oh morada derradeira,
Sinto o fim das primaveras,
Desta vida passageira!