Cadê meu irmão?
A noite responde
O que a mente não sabe.
Sábado de Aleluia,
As rochas tremem
No calafrio da transubstanciação.
Ó irmão
No humilde andar do jumento,
No veloz zumbido da abelha;
Na cheirosa flor da guaxima,
No pétreo verdor do cipreste;
No cósmico brilho do topázio,
E no modesto cinza da pedra.
Ó irmão
No cálido abraço da mãe,
No reprovativo olhar do amigo;
Na mão estendida do sem-teto,
Na coragem da criança especial;
Na crítica aguçada do inimigo,
No paciençoso tolerar do parceiro.
Domingo de Páscoa,
O sol canta
O que só aquele,
Que vigiou de noite,
Ouve.