Cadê meu irmão?

A noite responde

O que a mente não sabe.

Sábado de Aleluia,

As rochas tremem

No calafrio da transubstanciação.

Ó irmão

No humilde andar do jumento,

No veloz zumbido da abelha;

Na cheirosa flor da guaxima,

No pétreo verdor do cipreste;

No cósmico brilho do topázio,

E no modesto cinza da pedra.

Ó irmão

No cálido abraço da mãe,

No reprovativo olhar do amigo;

Na mão estendida do sem-teto,

Na coragem da criança especial;

Na crítica aguçada do inimigo,

No paciençoso tolerar do parceiro.

Domingo de Páscoa,

O sol canta

O que só aquele,

Que vigiou de noite,

Ouve.

Nico Brodnitz
Enviado por Nico Brodnitz em 27/08/2015
Código do texto: T5361288
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