Sobre a importância de não pisar nas flores
são seis da manhã…
eu tinha algo a contar
que escapou de meus dedos.
minha mente enlouquece,
meu coração estremece,
sinto a falta de poder me expressar,
de gritar, de dançar
e temo a falta
de não ter algo a escrever.
são seis da manhã…
mãos para o alto,
celebrar nova vida.
sinto o cheiro de café,
sinto a vontade de estar
novamente em pé…
sendo parte do universo
e grandioso em mim.
são seis da manhã…
minha voz embargada
lembra uma canção,
lembra aqueles dias…
uma fogueira,
um violão
e um canto novo
que lançávamos
sem pestanejar
pelas horas que corriam
sem cessar.
são seis da manhã…
estou com um sorriso
bobo e largo no rosto,
há tempos não o tinha.
mas hoje eu aspiro,
as forças que me levantam…
sempre, sempre, sempre.
tenho a vida
em minhas mãos
e a esperança
em meus olhos.
reverbera em mim
os lampejos do vento matinal
destoando alegrias
e coragem.
são seis da manhã…
há um harmonioso dia lá fora,
o sol incide nos rios e
brilha em verde e colorido
nas pungentes avenidas,
estradas da vida...
onde há solução!
eu vejo a união jogando bola
com a força de continuar.
pés leves e livres no solo
sentindo em choques internos
o prazer de sentir,
ser humano
liberto.
são seis da manhã…
e o que mais quero nesse dia
é um abraço daqueles curadores;
é um olhar que dispensa palavras;
são palavras soltas, sentimentais…
tangendo nosso universo,
bem longe das convenções;
é estar de mão em mão,
dançando uma ciranda,
criando diversos mundos
sem razão, sem noção.
são seis da manhã
e a humanidade não me é diferente
é tudo o mesmo real(mente?),
mas há algo que mudou...
mudou aqui em meu coração.
no assovio da felicidade
insistente em saltitar
de meus lábios.
a toda manhã...
eu quero, fazer e
sair de mim…
repleto de mundo
para encarar
o desmundo.