Poema de um Morto
Sob a árvore frondosa
O vestido quase rosa
Descansa ela molemente
O grande arder da minha mente
E visto que não cabe mais a rima
Devido ao tamanho da minha estima
Declaro aqui de peito aberto
O meu querer antes encoberto
Por essa moçoila distraída
O grande amor da minha vida
Queria eu ser esse sombreado
Para não te estar mais alado
Mas sim nas tuas cantigas
De minhas saudades infinitas
E levo triste esse meu pensar
De contigo ainda não poder estar
Na luz escura do céu à meia
Da noite inculta que me incendeia
Carrego triste esse retrato
Do amor infindo que não mais trato
Lamento seria a minha vida
Se não a pudesse ter tão querida
Contudo tenho a minha sorte
De poder assisti-la do além-morte