Sob Peles de Cordeiro
Sob Peles de Cordeiro
Vestindo peles de cordeiro
Lobos e seus caninos sanguinolentos
Escancaram suas presas
Empunham o crucifixo sorrateiro
Sangue a manchar as Escrituras
No púlpito a incoerente fala
Assembleia em total lobotomia
E a Lei do amor sente sua ruptura
Batinas maculadas pelo preconceito
Firmado ante o símbolo do martírio
Contentas litúrgicas, guerras santas
Seres infernais gargalham satisfeitos
Brado estridente, vestes formais
Gravata, tal advogado do Diabo
As mãos sob as sacras palavras
Todos os que diferem são anormais
Mesmo sob o manto do kardecismo
Olhares atrozes aos ditos irmãos
Ferrenho ódio exalado pelos poros
Renasce ali também o fanatismo
Não longe, ao som de seu atabaque
Segue o irmão de fé sua trajetória
Caminha com medo, passos inseguros
Tenta em vão adivinhar o próximo ataque
Assim, irmãos e irmãs da Divina Criação
Seguidores das palavras do Sublime Mestre
Digladiam-se com notória constância
Sem realmente conhecer a fé e a devoção
Eduardo Benetti