AS COISAS COMO SÃO

A quietude do lago,

A brisa acalanta as águas,

O sol ilumina a paisagem,

Como que pintada por Degas,

Trazem a paz que assenta a alma,

Como o pó que andam pelas mãos do vento, pousando nas folhas.

Sinto tudo que está em minha volta, sinto-me vivo,

Tudo me converge para um estado de languidez que imanta

Acalma o espírito, pacifica a alma irrequieta,

Cessam meus questionamentos

E me devolve a minha condição de parte de um todo

Não somos um observador apenas, fora do contexto, que vê de longe

Somos parte integrante da paisagem

Que é a natureza toda

Não somos mais importante que a paisagem, somos parte do que nos cerca. Nossa riqueza está em ver e sentir

Ver é diferente de observar. Observar é julgar. Ver é sentir.

Se reconhecer, se identificar, tomar pé da dimensão e fazer parte

Obter a consciência do que é feita nossa alma,

Como um pássaro que vê do alto, mas não se sente dono de nada

Porque tudo existirá e continuará existindo sem ele e sem nós.

Como o lago continuará a existir sem a vegetação que o enfeita,

Sem o sol que o ilumina, sem a brisa que mexe com suas águas

Mesmo sem a quietude que o cerca

Nada depende de nada e tudo depende de tudo para se compor

Assim a magia de um girassol aberto ao sol tem mais sentido para mim, que a explicação de sua existência

Importa que o girassol exista, não o que ele faz no mundo.

Celio Govedice
Enviado por Celio Govedice em 16/05/2015
Reeditado em 28/10/2017
Código do texto: T5243651
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