AS COISAS COMO SÃO
A quietude do lago,
A brisa acalanta as águas,
O sol ilumina a paisagem,
Como que pintada por Degas,
Trazem a paz que assenta a alma,
Como o pó que andam pelas mãos do vento, pousando nas folhas.
Sinto tudo que está em minha volta, sinto-me vivo,
Tudo me converge para um estado de languidez que imanta
Acalma o espírito, pacifica a alma irrequieta,
Cessam meus questionamentos
E me devolve a minha condição de parte de um todo
Não somos um observador apenas, fora do contexto, que vê de longe
Somos parte integrante da paisagem
Que é a natureza toda
Não somos mais importante que a paisagem, somos parte do que nos cerca. Nossa riqueza está em ver e sentir
Ver é diferente de observar. Observar é julgar. Ver é sentir.
Se reconhecer, se identificar, tomar pé da dimensão e fazer parte
Obter a consciência do que é feita nossa alma,
Como um pássaro que vê do alto, mas não se sente dono de nada
Porque tudo existirá e continuará existindo sem ele e sem nós.
Como o lago continuará a existir sem a vegetação que o enfeita,
Sem o sol que o ilumina, sem a brisa que mexe com suas águas
Mesmo sem a quietude que o cerca
Nada depende de nada e tudo depende de tudo para se compor
Assim a magia de um girassol aberto ao sol tem mais sentido para mim, que a explicação de sua existência
Importa que o girassol exista, não o que ele faz no mundo.