OLHA-ME A MINHA ALMA
Olha-me a minha alma
sem eu a ver,
com os teus olhos
perispirituais;
mas a vejo em sonhos
como eterno ser,
habituada a estágios
em vidas carnais.
Sinto-a em mim,
porque sei lhe perceber
em pensamento,
mediante os teus sinais
em versos metafísicos,
os quais estou sempre
a fazer, a fluírem
de mim, tão sutis,
pelas vias espirituais.
Olho-te também,
alma minha, embora
o meu ver-te,
ainda não alcance
plenamente,
o que Deus doa-te
em valia moral;
mas em filosofia
poética, te sinto, te vejo,
e preciso crer-te,
não só em meus versos,
mas igualmente,
em boas ações, exercidas
no labor carnal.
E de tanto te sentir
e te ver em meu interior,
por meios introspectivos,
já te sei tão evolutiva,
tão eterna, mesmo
sofrendo em tuas
etapas experimentais;
posto que, em tuas
vivências carnais,
não morres, porém vives,
quais os seres espirituais
redivivos, que aprimoram
aos poucos, a consciência
aprendiz, através
do exercício construtivo
dos bens morais.