O DESISTIDO

Tal crença dos fiéis em soberania divina

Me visto de preto e consagro o nada além

Tanto caos e desgraças acontecem em esquinas

Estranhos corpos virtuais no céu de alguém.

Cultivam os sabores da carne branca dos anjos

Sem paladar da escravidão terrena sacrificada

Mastigados aos bolos pães duros engolidos em bandos

Embebido ao sangue do sacrifício em mão armada.

Caio ao chão sorrindo a dor do pecado

Curvando o caos da indignação cristã alheia

Suprindo a maldição da palavra de um ente amado

Cuspindo a culpa da má criação do corpo de sereia.

Sou visto e esquisitizado em podre veneno

Causando medo e temor por ser destemido

Sem imaginarem a cor brilhando em suor moreno

Que inicia a batalha duradoura do desistido.

Leandro Ferreira
Enviado por Leandro Ferreira em 26/03/2015
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