Re-morrido
Amor, você não tinha morrido?
Overdosado, picado, retratado, holocausteado?
Amor, cadê você que eu não acho?
Amor, você não tinha me esquecido?
cuspido-me rua afora, regurgitada e nojenta*?
Amor, quando vieste eu pensei que tinha sonhado
e fiquei ansiosa porque achei que acordaria
aos trancos e barrancos quando todos foram mortos
Querido amor, não és heroína pura
nem resto de químico que faço de mim
mas tudo aquilo que é sentido
e inexplicável na sua dose mínima...
* O poeta se utiliza do heterônimo Carolina Branco