Canto do Anoitecer

Assoma-te à janela

e contempla a paisagem.

No mundo que ora vês

brilha uma luz selvagem.

A glória ainda é divisa

e a fama, um fadário.

A morte se ironiza

para uma eternidade de cenário.

Compõe teu canto e perscrutas

esses gemidos impotentes.

Esta paisagem ainda é uma gruta

a abrigar doentes.

Do negro túnel à rósea luz

longo caminho deverá ser aberto

para que se preserve a Luz

da Alma nos seres despertos.

Igual missão que fale às fontes,

às crianças e aos passarinhos.

E aos anciãos

que já desfazem seus ninhos.

Busca tua alvorada

no néctar da solidariedade.

Os verdadeiros homens não têm rosto

no espelho da eternidade.

Busca a Palavra Perdida.

Aquela que Ele nos doou

com sua dolorosa subida:

- o Amor.

Lúcia Constantino
Enviado por Lúcia Constantino em 02/06/2007
Reeditado em 03/06/2011
Código do texto: T511571
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