NA LÁPIDE FRIA
NA LÁPIDE FRIA
Meu corpo repousa na lápide fria,
Do alto eu vejo os vermes famintos,
A minha alma triste em tremenda agonia,
Explode em gritos de pavorosos lamentos.
Relembro de tudo de minha passagem,
Do meu nascer ao padecer,
Como se fosse uma miragem,
A relatar o meu viver.
Ninguém sabe as atrocidades que passei,
As dificuldades que sempre enfrentei,
As vontades que um dia sonhei,
Do amor que entre flores encontrei.
Acordo atordoado de meu pesadelo,
Vejo que a vida é vã passageira,
Como flecha veloz, que corre ligeira,
Derrubando as paredes de meu castelo.
Fico a imaginar pra que tanto orgulho,
Se pro reino de Deus, nada vamos levar,
Em momentos de luzes, noutros mares mergulho,
Descubro que a vida foi feita pra amar.