SONO EM SONHO
A minha alma sabe, que é no sono em sonho,
que ela se encanta com a outra vida que Deus nos Doa
depois da morte carnal. Sobretudo se ela corrige
as faltas que as torna pestilenta, e que as impele
em continuar a existir no ínfimo umbral.
Sabe também que a satisfação onírica advém,
do acúmulo moral que a alimenta durante
as sucessivas encarnações, alternando a existência,
ora no mundo corporal, ora no mundo espiritual.
Assim, o sono em sonho é, para a minha alma
(e para toda alma que certamente também sonha),
antes do desenlace definitivo do vaso corpóreo,
a oportunidade diária de visita natural ao mundo
vindouro, onde a minha alma vai estar desencarnada.
Em vidas passadas a minha alma vivenciava
(movida por más energias e maus sentimentos)
esses prazeres oníricos trilhando por caminhos
destrutivos na companhia de seres trevosos.
Em vida presente a minha alma vivencia
(movida por boas energias e bons sentimentos),
essas satisfações oníricas trilhando por caminhos
construtivos, convivendo com seres luminosos,
flutuando perispiritualmente por sobre sossegados
campos silvestres, ou por colônias espirituais
pacíficas, em dias tranquilos de sol luminoso,
e em noites amenas de fulguroso luar. No sono
em sonho de todas as noites, a minha alma
sensível busca apreender( conforme a sua
pretensão atual de elevação moral contínua),
não as impressões impuras da morte, ligadas
à estadia momentânea da alma nas regiões
umbralinas infernais. Porém, as impressões
puras da vida, vinculadas à estadia permanente
da alma nas colônias felizes, onde o amor, o bem,
a paz reinam com inefável alegria. E quando, enfim,
o meu corpo físico desperta desses sonos em sonhos,
tenho cada vez mais convicção de que a vida real
e eterna continua após a morte carnal. E que a alma,
como habitante interina do vaso corpóreo, ensaia
nessas andanças oníricas, a própria vivência encarnada
e desencarnada; a própria vida feliz ou infeliz,
segundo o seu estado moral de consciência; quando
prioriza, pelo livre-arbítrio ou pela livre escolha,
o caminho destrutivo ou construtivo que almeja seguir;
posto que, enquanto alma ainda inferior, ou estagna
em sua trajetória evolutiva, ou avança salutarmente
em seus propósitos sublimes regenerativos.