Amargo regresso

Na partida para longa jornada,

As culpas me açoitavam,

A consciência e a alma.

Cansada entreguei-me sem

Resistência.

Aos percalços do caminho pedregoso.

Fiquei estacionada longo tempo.

Presa no mesmo pensamento.

Entregue num ato vergonhoso.

Descendo as portas do meu inferior,

Provando tudo: tristeza, dor,

Sofrimento, solidão, desamor.

Sorvendo o fel e o amargor.

Senti-me no instante final

No esquecinento total.

Tentando ganhar coragem,

Para seguir difícil viagem.

Não queria abrir os olhos cansados.

Com medo de ter segredos revelados.

Entre culpas e medos aprisionados,

Sepultei a esperança dos naufragados.

Séculos passaram num segundo.

Ate que um sol de repente

Derreteu as camadas frias do tempo,

E minha alma antes prisioneira,

Pode sentir calor acolhedor.

Nesse instante em mim floresceu

A vontade de evoluir e reviver

E esquecer tanto sofrer.

Tristes memórias ainda conservo

Uma história toda num só verso.

Viver, dormir, acordar, renascer,

Comecar de novo o caminho.

No principio a gente se sente,

Como um estranho no ninho.

Conquistar novos espaços,

Escrever capítulos completos,

Transformar antigos desafetos,

Em calorosos e fraternos laços.

Para não termos desfolhadas,

As pétalas da esperança,

E um futuro sem bonança.

Seria desastroso, triste, confesso.

Por isso ao Criador hoje peço,

Nao deixe-me só a errar,

Preciso de tua luz e do teu amor,

Para nao ter um amargo regresso.

Aradia Rhianon
Enviado por Aradia Rhianon em 14/09/2014
Reeditado em 06/01/2015
Código do texto: T4962220
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