Sonho, penso... perco
Sonho sempre com meu começo.
Penso sempre no meu fim,
com muitas condecorações e alegorias
para dar sentido a essa enfadonha vida
mecanizada
capitalizada.
Destaco meu ego,
mas perco minha individualidade,
revoltando-me por ser mais um número
nessa estúpida história dos humanos.
Nas atribulações dos encontros,
disfarço o encontro comigo mesmo,
por não suportar a dor
de ter a consciência da minha nadificação.
Mas sobra uma vasta sombra de dúvida.
A vida enquanto é tempo.
Sonho, penso... e perco, às vezes,
no infinito das minhas ilusões.