AMULETO
Trago – te incrustado ao peito qual medalha
Como guerreiro a empunhar a fria espada
No enfrentamento da divina solidão.
Trago – te grudado junto à alma
Tal qual cativo com tamanha calma
Na espera tranqüila em sublime devoção.
Trago – te assim a ocultar segredos
Cuja historia não rompeu seu medo
E a natureza resplandece em flor.
Trago – te no olhar do verso ao verbo
A sensação de proteção que me transforma
Por transportar – te já me sinto vencedor.
Trago – te firmado na consciência desperta,
Não se vive de fé sem a presença deste anjo
Do multiplicar de formas desse protetor.
Trago – te no sincretismo, dos que choram
No rufar de tambores e nas cantigas misticas,
Dos que lutam pela vida na salvação do amor.
Trago – te no cair da tarde avermelhada,
Na escuridão da noite enluarada
Nas gargalhadas a espalharem com furor.
No vento que modifica a tempestade
No brilho intenso que dissolve a crueldade
No bem constante que dispersa a maldade.
Trago – te na entonação do canto da divindade,
Na explosão de alegria e na essência da verdade
No som longínquo da África que nos deu a liberdade.
CRS 18.05.07