Irrelevância Contida

Irrelevante em absoluto eu sou,

Chacinado pela inconstância,

O enfado que o meu andar pisou,

Foi infeliz mera circunstância.

Quando nos deparamos com o vazio,

Da essência desmaterializada ao ínfimo,

E nos deparamos com o afundar do navio,

Na falência incrédula do ideal homónimo.

A vetusta pequenez do nosso orgulho,

Que nos alimenta com nada o nosso ego,

Resta-nos no indesejado último mergulho,

Que nos venham pregar o derradeiro prego.

Sou tão pequenino pois sou,

Irei para donde vim é certo,

O tempo à minha passagem soçobrou,

Acabando assim finalmente o incerto.

Lisboa, 27-9-2013

Paulo Gil
Enviado por Paulo Gil em 06/08/2014
Código do texto: T4912498
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2014. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.