Incerteza Crónica
A ausência de dúvidas que me profanou o espírito indigente,
Fiquei à mercê do impagável preço da ignorância dúbia,
Que se instalou indelevelmente no âmago do meu ser,
A incerteza do meu desentendimento das suposições.
Mas eu vi em mim as transmutações imateriais,
Que se desenrolaram no hipocampo do inverosímil,
Quando atravessei a última fronteira do efémero,
Onde espalhei o meu discernimento enviesado,
Atulhado de idiossincrasias falidas de qualquer lógica,
Onde naveguei perdido à tona afogado na grande ilusão.
Sim eu ouvi o derradeiro falseado chamamento,
Dos confins da torpe arbitrariedade sensorial,
Que caminhando sem rumo nem qualquer esperança,
Insinuando tropegamente a exaustão da ausência absoluta,
Que nos espera indubitavelmente no purgatório do esquecimento,
Faz assim jus ao seu temperamento frio e oco de imortalidade.
Lisboa, 27-8-2013