Tudo Comove-me
Um vazio mora em mim,
Como se todos os dias
Fossem aqueles domingos sem sentido,
E isso me pede para exteriorizar
Os bruscos raios de lucidez
Que rapidamente rasgam o meu ser confuso.
Então escrevo... escrevo e comovo-me
Com tudo que percebo que sinto.
O que sinto do que vejo,
O que sinto que não compreendo,
O que sinto do que prevejo...
Sou todo um mundo.
Sou todo um Universo
Num indefinível interior e exterior profundo.
A sensibilidade do meu ser confuso
É o que me traz algum sentido.
É o que me eleva, me transcende,
Me dá asas e me liberta em vida e em cores...
Sensível, tudo comove-me!
Como sempre nos fins das tardes de inverno
Quando as núvens ficam rosas;
Sempre que vejo o mundo do alto, por cima dos montes,
O mar de verde em baixo
E a imensidão azul no firmamento em cima;
Sempre que a escuridão da noite nos engole e predomina
Comovo-me com as esféras celestes que se revelam,
As muitas moradas do Pai;
Comovo-me por saber
A infinidade da minha pequenez
E a eternidade do meu verdadeiro Eu...