O VOO FLUÍDICO DA ALMA
Morrer, para mim,
é voar à liberdade,
da vida espírita
que me espera,
nos etéreos céus
da eternidade.
Então, para quê,
temer a morte,
se esta liberta
a alma presa
à carne perecível?
Se não existisse
uma outra vida
após a morte carnal,
Deus não seria Deus,
não nos doando
a vida eterna.
A morte, portanto,
é uma recompensa;
( boa ou má ),
à alma estagiária
no vaso corpóreo;
boa, se a alma
bem se conduz;
e má, se a alma
mal se conduz.
Se mal me conduzo,
como alma aprendiz,
a morte me leva
à ínfima treva
do reles umbral.
Se bem me conduzo,
como quem se aplica
à lição didática
que ainda não sabe,
a morte me eleva
às alturas sublimes
da vida espiritual.
Nas asas da morte,
voo como pássaro
livre, na ventania
da vida invisível,
ao âmago de Deus.
Voo como os anjos,
que, sem hora certa
para servir a Jesus,
a qualquer hora
servem felizes,
como fiéis obreiros
das nobres missões
que lhe são fiadas.
A morte é, deveras,
o fim do vaso carnal!
Mas é, também,
absolutamente,
o voo fluídico da alma,
( ser distinto da carne )
à vida espiritual,
que Deus lhe destina
para ser eterna!