Esvoaçar

Asas anseiam abrir-se ao vento,

Partilhando com ele a vida,

Voam sob grande tormento,

E a Lua reflecte-se impávida.

Voam por montes e campanários,

Por riachos, vales e feiras,

Matam a sede em fontanários,

De exaustão caiem nas beiras.

Voam ao sabor das correntes,

Ascendentes e descendentes pelo ar,

Asas planam transcendentes,

A tempestade murmura ao chegar.

Asas batem leve levemente,

A chuva não tarda enfim,

A enxurrada cai livremente,

A minha Alma poisa por fim.

Lx. 12-9-1999

Paulo Gil
Enviado por Paulo Gil em 15/06/2014
Código do texto: T4846305
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