Esvoaçar
Asas anseiam abrir-se ao vento,
Partilhando com ele a vida,
Voam sob grande tormento,
E a Lua reflecte-se impávida.
Voam por montes e campanários,
Por riachos, vales e feiras,
Matam a sede em fontanários,
De exaustão caiem nas beiras.
Voam ao sabor das correntes,
Ascendentes e descendentes pelo ar,
Asas planam transcendentes,
A tempestade murmura ao chegar.
Asas batem leve levemente,
A chuva não tarda enfim,
A enxurrada cai livremente,
A minha Alma poisa por fim.
Lx. 12-9-1999