REFLEXÃO POÉTICA

Nem sempre o que escrevo

vem da paisagem exterior,

mais fácil de ser apreendida

pelo olhar poético carnal;

pois bem mais difícil

é visualizar a minha paisagem

interior, quando somente

em sonho fico mais íntimo

do meu eu espiritual. Assim,

como a poesia me transcende,

preciso sonhar para compor

a maioria dos meus versos,

que brotam da oculta

paisagem espiritual; preciso

sair do meu corpo físico,

para sentir a vida espiritual

em meu derredor, quando

então, fora de mim, me vejo

compondo, usando a minha

energia espiritual. Um momento

singular de duas vidas distintas

em dois mundos existentes,

que se auxiliam coesas

à vivência transcendente

da criação literária; aproveitando

da experiência onírica, preciosas

maravilhas surreais latentes,

como se já estivesse livre

e distante de minha vindoura

realidade funerária. Posto que,

o poeta que se preza, faz poesia

valorizando os encantos

naturais das duas realidades

existenciais: a da alma

na efêmera vida carnal; e dela

própria na eterna vida espiritual.

Adilson Fontoura
Enviado por Adilson Fontoura em 14/06/2014
Reeditado em 14/12/2014
Código do texto: T4844316
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