Independência

Espero para ver o que me espera.

Aberto luto por ser livre da esfera

de desilusão e medo tão normais,

aliados ao costume, na falsa paz

que a derrota do comum gera

ao que com o mal prospera.

Tira-me para a dança do amor,

ajude primeiro ao que não merece dor.

E se este meu caso não for o tal,

puna-me pra que eu não me puna banal.

Priva-me dos que nem me conhecem,

para que não julguem

e sofram a sorte pior dos que perecem.

Defende-me dos que me curam a face,

para que pelas costas

nas minhas, terrível juízo nunca os cace.

Às vezes, à minha volta tudo é de cera,

que ao calor da luz, derrete distorcida.

Outras é como um firme espelho

que fere com a verdade nele refletida.

Vivo a única vida que posso ter,

ironicamente morrendo pelo sobreviver.

De alegria e satisfação tão queridos,

importantes reluzem e até deixam perdidos,

enquanto me animo na esperança do amar

para não mais de erros então, precisar.

07/09/2004

Igor Ferreira
Enviado por Igor Ferreira em 07/09/2005
Reeditado em 27/09/2008
Código do texto: T48268