Independência
Espero para ver o que me espera.
Aberto luto por ser livre da esfera
de desilusão e medo tão normais,
aliados ao costume, na falsa paz
que a derrota do comum gera
ao que com o mal prospera.
Tira-me para a dança do amor,
ajude primeiro ao que não merece dor.
E se este meu caso não for o tal,
puna-me pra que eu não me puna banal.
Priva-me dos que nem me conhecem,
para que não julguem
e sofram a sorte pior dos que perecem.
Defende-me dos que me curam a face,
para que pelas costas
nas minhas, terrível juízo nunca os cace.
Às vezes, à minha volta tudo é de cera,
que ao calor da luz, derrete distorcida.
Outras é como um firme espelho
que fere com a verdade nele refletida.
Vivo a única vida que posso ter,
ironicamente morrendo pelo sobreviver.
De alegria e satisfação tão queridos,
importantes reluzem e até deixam perdidos,
enquanto me animo na esperança do amar
para não mais de erros então, precisar.
07/09/2004