MERO POEMINHA REFLEXIVO
Sei que és do teu modo,
um tanto infeliz, morando
nesse casebre de taipa
e chão batido; mas retiras
de tua pobreza, as lições
para uma vida vindoura
feliz, mediante as provas
porque passas, em teus
dias e noites entristecidos.
Suportas, sob esse telhado
de velhas pingueiras, o teu
carma tão dorido, mesmo
que, em vagos sonhos,
sintas alegria em ver-se
morando numa vivenda
suntuosa; que não condiz,
entretanto, com a pobre
realidade que vivencias,
oposta aos teus desejos
oníricos tão reprimidos.
Se passas agora por duras
provas, antes de reencarnar,
foi desse modo que quis.
Não sintas falta de luxo
e riqueza em tua vida carnal
passageira, porquanto,
em etapas anteriores, não
as soube usufruir
com humildade e caridade;
aprendes, então, a viver
com simplicidade a tua
pobreza, que será, a teu
porvir, tão alvissareira,
à medida que perseveras,
na superação do que outrora
só lhe trouxe infelicidade.
Vivas em tua tosca casa,
retirando da pobre moradia
a tua valiosa riqueza moral;
decerto não vês, mas em teu
recinto doméstico, salutares
energias são derramadas
por anjos celestiais;
que se acumulam em teu
espírito como sentimentos
virtuosos, repercutindo
em teu estágio experimental
de vivência encarnada,
para que avances gradativo,
em teus renovados
intentos conscienciais.
Adilson Fontoura