Eu Original

E então... do que somos feitos, afinal?

Meu cérebro me diz que sou de carne,

e meu coração... que nada disso é normal.

Dessa questão, procuro chegar ao cerne,

pois quero ver a vida de modo mais natural;

apreender que existe caminho que serve,

independente da censura de “bem” e “mal”.

Não preciso me isolar no mais alto dos montes,

nem sair à busca do Santo Graal.

Sinto que dentro de mim reside a fonte,

a matéria-prima do sublime e do essencial.

E ao pensar que o significado da vida se esconde

naquilo que é lógico e sentimental

dou sentido ao que é efêmero: destino e sorte

e perco o real intento da questão inicial.

Mas a verdade é que de nada eu fui feito,

pois tudo o que se passa na cabeça ou no peito

é resultado de minhas crenças e conceitos

e não da compreensão plena do Eu Original.

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