A morte da flor
Sublime flor tão pouco vivestes
Desabrochastes no orvalho matinal
Frescor primaveril a te acolher
Sob o sol do meio dia emanavas
Indescritível beleza
Sublime flor tão pouco vivestes
Desabrochastes no orvalho matinal
Frescor primaveril a te acolher
Sob o sol do meio dia emanavas
Indescritível beleza
Altivas admiravas o rei sol
Eras rainha em estado de entrega
Inebriada, apaixonada, pouco sentias
Dolorosos espinhos, veias ressequidas
Eras rainha em estado de entrega
Inebriada, apaixonada, pouco sentias
Dolorosos espinhos, veias ressequidas
Mas no pousar das borboletas
Entregastes à mãe terra
Uma a uma as tuas pétalas carmim
Entregastes à mãe terra
Uma a uma as tuas pétalas carmim
Ficastes nua espreitando a lua cheia
Caule abandonado, folhas dormentes
Pétalas mortas espalhadas no solo
Caule abandonado, folhas dormentes
Pétalas mortas espalhadas no solo
E tu, tu insana pensavas ainda ser flor!
Dor!
Retorcia-te em pensamentos
Buscavas tuas cores outrora vidas, teu perfume
Dor!
Retorcia-te em pensamentos
Buscavas tuas cores outrora vidas, teu perfume
Azedume!
Insana nos espaços entre as estrelas
Via-se formosa, exuberante carmim
Insistias solitária prolongar a agonia...
Via-se formosa, exuberante carmim
Insistias solitária prolongar a agonia...
Até que no silêncio sepulcral da madrugada
Indiferente ao movimento do vendaval
Entregastes o pouco que de ti restou...
Indiferente ao movimento do vendaval
Entregastes o pouco que de ti restou...
Ana Stoppa